O Dia Internacional do Café é mais do que uma celebração de sabores. É um lembrete de que cada xícara depende da colaboração entre continentes. De agricultores e cooperativas a transportadoras, comerciantes e baristas, a logística é o fio que conecta todos, garantindo que o café continue a abastecer manhãs, conversas e culturas ao redor do mundo.
O Ritual Matinal Depende da Logística
Todos os dias, mais de 2 bilhões de xícaras de café são servidas no mundo todo, de acordo com um artigo publicado pela BBC.
O que parece uma rotina simples, uma caneca quente na mão, o aroma preenchendo o ambiente, é, na verdade, o resultado de uma cadeia global de pessoas, lugares e processos trabalhando juntos.
O café se tornou uma linguagem universal, mas sua história começa longe dos cafés e cozinhas onde é apreciado.
Para os países produtores, especialmente na América Latina, África e Ásia, o café é mais do que uma bebida: é fonte de renda, símbolo cultural e motor das economias locais. Das montanhas da Colômbia às plantações do Brasil, o café sustenta milhões de vidas. Mas, sem uma logística eficiente, esse trabalho nunca chegaria aos mercados que dele dependem.
A Potência da Produção: os Gigantes do Café da América Latina e Caribe
A América Latina é líder no comércio global de café. Segundo um estudo da Statista, a região, incluindo o Caribe, responde por cerca de 60% da produção mundial de café. Países como Brasil, Colômbia, Honduras e Peru não são apenas produtores, são verdadeiros gigantes da indústria, abastecendo mercados-chave como Estados Unidos, Europa e Ásia.
O que torna a América Latina uma potência cafeeira não é apenas sua escala, mas também sua geografia. A combinação de altitudes elevadas, climas tropicais, solos vulcânicos e estações chuvosas e seca bem definidas cria o ambiente natural ideal para o cultivo dos grãos Arabica e Robusta.
Das exuberantes montanhas dos Andes na Colômbia ao Cerrado brasileiro, essas condições permitem terroirs e perfis de sabor diversos, tornando a América Latina referência mundial em qualidade de café.
Brasil: o Maior Exportador de Café do Mundo
Na região, o Brasil mantém sua posição de líder na produção de café. Segundo dados do International Trade Centre, em 2024 o país exportou 11,3 milhões de quilos, um aumento de 54,7% em relação a 2023 (7,3 milhões de quilos). Seus diversos terroirs, como o Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Mogiana, oferecem perfis de sabor distintos, desde grãos doces e encorpados até variedades mais delicadas.O café brasileiro é destinado principalmente aos Estados Unidos, Alemanha e Bélgica, com a União Europeia como um todo absorvendo metade de todas as exportações. De fazendas familiares a grandes plantações, o Brasil define o ritmo do mercado global.
Colômbia: Café de Qualidade e Herança Cultural
A Colômbia é sinônimo de alta qualidade e de especialidade. Entre 2023 e 2024, as exportações cresceram 21,6%, passando de 2,9 milhões para 3,5 milhões de quilos, segundo dados do International Trade Centre. Sua geografia montanhosa, solos vulcânicos e microclimas criam condições ideais para o cultivo de grãos premium. Essa paisagem é tão singular que a UNESCO declarou a Paisagem Cultural do Café Colombiano como Patrimônio Mundial.
O café colombiano é celebrado não apenas pelo sabor, mas também pela história de resiliência e tradição que carrega, marcada por gerações de agricultores que preservam técnicas ancestrais e contribuem para a identidade cultural do país.
Protagonistas em Ascensão: Honduras e Peru
Além dos gigantes, países como Honduras e Peru estão fortalecendo sua presença no mercado. De acordo com um relatório da 6Wresearch, o mercado de café da América Latina como um todo foi avaliado em US$ 11,59 bilhões, com previsão de alcançar US$ 16,65 bilhões até 2031, crescendo a um CAGR de 7,8%. Esse crescimento reforça o papel vital da região na definição do futuro do comércio global do café. Embora a América Latina lidere a produção, é interessante notar que os maiores consumidores estão em outras regiões.Segundo o World Population Review, a Finlândia possui o maior consumo per capita, com 12 kg por pessoa anualmente, destacando o papel crucial da logística em conectar produtores e consumidores globais.
A Jornada do Grão: A Arte da Logística
Do grão à xícara, o café percorre uma cadeia de suprimentos longa e complexa, na qual a logística desempenha um papel fundamental em cada etapa.
A jornada do café começa na fazenda, onde as cerejas são colhidas manualmente ou por máquinas. Após a colheita, os grãos precisam ser transportados rapidamente para as estações de processamento, onde são lavados, secos e preparados para exportação. A logística de primeira milha, utilizando caminhões, transportadoras menores ou até barcos em regiões remotas, é essencial para evitar atrasos e preservar a qualidade nesta fase inicial.
Da Fazenda aos Centros de Exportação
Depois do processamento, os grãos são levados para cooperativas, armazéns ou centros de consolidação. Neste ponto, entram em cena soluções logísticas para armazenamento e conteinerização. Os grãos são selecionados, embalados em sacas e carregados em contêineres projetados para protegê-los da umidade e de pragas. Esta etapa garante que pequenos produtores consigam aumentar o volume de seus embarques e alcançar compradores globais.
Atravessando Oceanos: A Logística do Café em Contêineres
A maior parte do café é transportada como grãos verdes em contêineres, saindo de portos da América Latina, como Santos (Brasil) ou Buenaventura (Colômbia). A logística marítima garante a segurança dos grãos durante longas viagens, utilizando contêineres ventilados ou com controle de temperatura, que preservam o aroma e evitam a deterioração. Um transporte marítimo eficiente reduz custos e mantém a qualidade para torrefadores na Europa, América do Norte e Ásia.
Operações Portuárias e Alfândega: Mantendo o Café em Movimento
Tanto na origem quanto no destino, os portos são pontos cruciais da cadeia. Uma logística portuária eficiente, aliada ao desembaraço aduaneiro digital, reduz o tempo de espera e elimina gargalos que poderiam comprometer a qualidade. Ferramentas de visibilidade permitem que exportadores, importadores e torrefadores acompanhem as remessas em tempo real, garantindo que os grãos não fiquem parados em armazéns ou docas.
A Transformação do Grão em Sabor
Quando o café chega ao seu destino, ele é entregue aos torrefadores, que transformam os grãos crus nos blends aromáticos que os consumidores apreciam. A logística terrestre, incluindo caminhões e transporte ferroviário, garante que os grãos se movam rapidamente dos portos para as torrefadoras. Nesse processo, a entrega just-in-time é fundamental: atrasos podem comprometer os cronogramas de produção e afetar o abastecimento de varejistas e cafés.
O café torrado deve chegar a supermercados, lojas especializadas e cafés ainda fresco. A logística de última milha é otimizada por meio de centros de distribuição, soluções de cadeia fria para cafés especiais e previsões de demanda alinhadas aos hábitos dos consumidores. Isso garante que, seja em um supermercado na Alemanha ou em um café em Tóquio, os clientes desfrutem da mesma qualidade consistente.
A Xícara Final
Quando a xícara de café é servida, ela percorreu milhares de quilômetros e passou por inúmeras mãos. Por trás de tudo, a logística de ponta a ponta garante rastreabilidade e mantém os padrões de qualidade ao longo de toda a cadeia de suprimentos. Essa cadeia invisível conecta agricultores da América Latina, África e Ásia aos consumidores em todo o mundo, tornando o café não apenas uma commodity global, mas também uma experiência cultural compartilhada.
Coando o Futuro: Tendências na Logística do Café
O futuro da logística do café será definido pela digitalização e integração:
Ferramentas digitais: plataformas de track-and-trace e análises preditivas estão aprimorando a visibilidade.
Demanda por cafés especiais: cafés premium exigem controle mais rigoroso com soluções sensíveis à temperatura.
Logística integrada: provedores de ponta a ponta integram operações do produtor ao consumidor, garantindo resiliência frente a interrupções.
O Fio Invisível: A Logística como Facilitadora
O café é um ícone cultural, fonte de sustento e commodity global, mas sem logística, jamais sairia da fazenda. A logística de ponta a ponta conecta todos os elos da cadeia: de produtores no Brasil e Colômbia a torrefadores na Europa e cafés na Ásia.
Como integradora de logística global, a Maersk desempenha um papel de extrema importância nessa jornada. Ao integrar soluções marítimas, terrestres, de armazenagem e digitais, as empresas de café podem garantir qualidade, rastreabilidade e disponibilidade em todo o mundo, ajudando produtores e comerciantes de café a navegar pela complexidade com confiabilidade e resiliência.
Não se trata apenas de movimentar café, é proteger a continuidade de uma tradição que alimenta conversas, culturas e comunidades ao redor do planeta.
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